O maior objetivo do setor varejista é concretizar a venda. Entretanto, para que ela se concretize, o que foi comprado para ser vendido precisa ser colocado à disposição do consumidor. Entre o transporte, a logística, o armazenamento e finalmente a venda do produto, diversas perdas podem ocorrer, como furtos, extravios, fraudes, gastos desnecessários, vencimentos e avarias, que prejudicam o lucro da empresa.
Para lidar com esse problema grave existe a prevenção de perdas. As ações para prevenção de perdas visam evitar gastos, desperdícios e prejuízos ao invés de agir somente depois que eles já ocorreram.
As perdas podem ser classificadas em duas categorias:
- Perdas conhecidas: são também chamadas de perdas operacionais. Elas surgem na rotina do supermercado e derivam de erros de processo e falhas gerenciais recorrentes, como por exemplo quebras e danos causados pela manipulação dos produtos pelos próprios funcionários no deslocamento entre o depósito e a loja, produtos com data de validade expirada porque produtos mais novos foram colocados à frente na exposição, deterioração do hortifrúti por insetos, pragas e produtos químicos etc.
- Perdas não identificadas: são perdas que não podem ser previstas, pois ocorrem ocasionalmente e fora do fluxo normal de uma rotina. Como por exemplo, furtos por cliente e funcionários mal-intencionados, falhas operacionais, extravios e fraudes por funcionários e clientes, passagem de produtos pelo checkout sem que sejam registrados, registro de um item com o código de outro mais barato etc.
Segundo a ABRAPPE, as perdas representam 1,99% do faturamento líquido e 1,82% do faturamento bruto dos supermercados brasileiros. Essa estatística à primeira vista pode não parecer muito, porém diante da margem de lucro do setor, esses valores são relevantes.
A pesquisa constatou que as principais perdas são:
- Quebras operacionais: 33%;
- Furto externo: 20%;
- Erros de inventário: 13%;
- Furto interno: 11%;
- Erros administrativos: 9%;
- Fraudes de terceiros externos: 3%;
- Fraudes de terceiros internos: 3%;
- Cadastro de produtos: 2%.
Esses dados servem como direcionamento e elucidação do tema, porém cada supermercado precisa identificar a origem das suas perdas para assim adotar a solução capaz de prevenir o tipo de perda que se trata.
Para identificar a origem das perdas, pode ser necessária a realização de uma auditoria interna que, após finalizada, poderá fornecer informações suficientes para a propositura de ações de melhoria. Entre as ações de melhoria para a prevenção de perdas pode-se listar:
- Um programa de treinamento de funcionários para estimular o engajamento das boas práticas e da eficiência operacional;
- Uma eficiente gestão de estoque que aloque de maneira lógica os produtos no depósito com a técnica do PEPS (primeiro que entra é o primeiro que sai), evitando o acúmulo de produtos antigos;
- Realização de inventários cíclicos a fim de agilizar a constatação da perda e a implementação de soluções;
- Controlar o consumo interno dos setores de cozinha, padaria, açougue e refeitório que utilizam produtos do estabelecimento para a sua produção;
- Aperfeiçoar o procedimento de trocas e devoluções de mercadorias;
- Fiscalizar as variações de qualidade toleráveis no setor de hortifrúti;
- Investir em segurança com câmeras, funcionários que fiscalizem condutas suspeitas e sistemas de segurança que integram o sistema de imagens com os registros dos caixas em busca de situações que fujam dos padrões;
- Atentar-se às mudanças de códigos de barras para que o item registrado confira com aquele que o cliente está levando;
- Utilize checklists para acompanhar as atividades de controle e prevenção de perdas.
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